Compare o efeito deste temporal com o de outros que atingiram o Rio


No passado, bairros como Jardim Botânico também foram atingidos.
Imagens mostram que problema não é novo.

Do G1, no Rio em 06/04/2010
 
Foto: Luis Pinto/Agência O Globo

Enchente que atingiu a cidade em 1988. A Rua Jardim Botânico ficou embaixo d'água. (Foto: Luiz Pinto/Agência O Globo)


Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo

Enchente, forte temporal em 1998 na favela do Rio das Pedras em Jacarepaguá (Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo)




Foto: Sebastião Marinho/Agência O Globo

Rua do Lavradio, no Centro do Rio, em enchente de 1976 (Foto: Sebastião Marinho/Agência O Globo)

Geografia deixa Rio vulnerável a tempestades


Saída deveria ser um bom sistema de bueiros.
Chuva evidencia ainda o perigo da favelização das encostas.
Do G1, no Rio, com informações do Jornal Nacional em 06/04/2010
 
O Rio de Janeiro é uma cidade especialmente vulnerável às tempestades. O Brasil inteiro já testemunhou outras situações caóticas provocadas pela chuva na cidade. E a geografia ajuda a explicar por que.
A cidade já acostumada com chuvas e tempestades nesta terça-feira (6) tentava entender por que desta vez as consequências foram ainda piores.

A paralisia no trânsito foi provocada por um entupimento de artérias: dois deslizamentos fecharam estradas importantes e os alagamentos na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio, e na Praça da Bandeira, na Zona Norte, terminaram de fazer o estrago.

Pessoas e mercadorias não podiam mais passar pelos corredores em volta das montanhas da cidade.

O relevo carioca explica também as enchentes e a tragédia de tantas mortes em deslizamentos. 
Como a maioria dos morros da cidade é de formação rochosa, a pequena camada de terra onde cresce a vegetação não consegue absorver grandes volumes de água.

A chuva escorre pelas encostas e em grande velocidade avança sobre toda a cidade, que tem uma pequena faixa territorial espremida entre os morros e o mar.

E nas tempestades o mar também atrapalha. Maré alta e ventos funcionam como barreiras e represam a água nos rios e nas ruas.

A saída para tanta chuva deveria ser um bom sistema de ralos - de bueiros - que conseguisse levar a água para fora da cidade. Em uma rua, no entanto, o lixo parece ocupar o espaço que deveria ser da água.

“Os bueiros não são iguais, tem bueiros mais importantes, que devem ser tratados e limpos com periodicidade diferente dos demais. Enfim, a cidade precisa ser pensada sob o ponto de vista de drenagem para que haja um convívio pacífico entre população e as dificuldades naturais da cidade”, disse Paulo Canedo, professor de hidrografia da Coppe-UFRJ.

O problema se agrava por causa da falta de ordem na ocupação do solo. No ano 2000, mais de 12 mil famílias cariocas viviam em áreas de risco.

Os dados são do último levantamento disponível - mas a prefeitura admite que, dez anos depois, este número pode ser muito maior.

Com pouquíssimas ações de remoção de moradores de áreas risco por parte dos governos, chuvas como a que atingiu o Rio na segunda (5) e na terça-feira (6) evidenciam o perigo da favelização das encostas.

“O que precisa é conscientização. Eu já participei de tentativa de tirar gente de área de risco, não é fácil. Não é fácil porque às vezes as pessoas estão vendo que vai acontecer uma desgraça e ele não quer sair”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Tenho falado com o prefeito, solo urbano é da prefeitura. Tem que agir duro, por mais duro que seja”, disse o governador Sérgio Cabral.

“Nós tivemos uma chuva fora do normal , num período de ressaca, isso se soma a ineficiências e problemas estruturais da cidade. Não há galeria de área pluvial limpa que resista à essa quantidade de chuva. Mas nós estamos preocupados , nosso foco agora é amenizar os transtornos na cidade , que já são suficientemente grandes, para que nós estejamos completamente alertas, e principalmente evitar a perda de vidas humanas”, disse o prefeito Eduardo Paes.

Nova gigante varejista traz competição 'forte' ao mercado, dizem especialistas


Ricardo Eletro e Insinuante anunciaram união na segunda-feira.
Negócio ainda precisa ser aprovado pelo Cade.

Laura Naime e Ligia Guimarães Do G1, em São Paulo - G1 - 30/03/2010
 
Especialistas avaliam que pode ser positiva para o consumidor a tendência de consolidação do varejo brasileiro, na qual redes tradicionais se unem formando grandes grupos, como aconteceu na segunda-feira (29) com a mineira Ricardo Eletro e a baiana Insinuante, que anunciaram a criação da segunda maior rede de eletroeletrônicos e móveis do país, e o Pão de Açúcar e as Casas Bahia, que se uniram em dezembro de 2009.

"É uma concorrência forte que está entrando num mercado concentrado de gente forte", analisa o ex-presidente do Cade e presidente da Latinlink Consultoria, Ruy Coutinho.
Ambas as operações ainda aguardam aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Foto: Valéria Gonçalves/Agência Estado

O empresário Ricardo Nunes, da Ricardo Eletro, e Luiz Carlos Batista da Insinuante anunciaram na segunda-feira (29)e a fusão das empresas durante coletiva no Hotel Unique, zona Sul de São Paulo. (Foto: Valéria Gonçalves/Agência Estado)

 

Segundo o professor da ESPM e sócio da consultoria Pesco, Frederico Turolla, a notícia da união entre Ricardo Eletro e Insinuante pode ser benéfica para o consumidor porque representa a reação de varejistas menores à fusão que concentrou Pão de Açúcar, Casas Bahia, Extra Eletro e Ponto Frio.

"É uma concorrência forte que está entrando num mercado concentrado de gente forte"

“Eu acho que a reação em que varejistas menores tendam a se concentrar para fazer frente ao poder de mercado da fusão anterior é importante. Eles têm que fazer um contraponto ao líder que agora se tornou o mais forte. Vai dar mais concorrência para o mercado”, afirma Turolla, que prevê que o movimento de união entre varejistas menores continue se fortalecendo.

“O que tende a acontecer no varejo é que seja um jogo de poucos e grandes jogadores”, diz Turolla.

O consumidor, no entanto, precisa ficar atento: pesquisar preços e comparar ofertas e opções de crédito é fundamental para se beneficiar da movimentação do mercado.

“O grande varejo está se concentrando mas é um setor muito competitivo, que faz muita concorrência um com o outro”, diz o ex-presidente do Cade.

E a concentração?

Quando se ouve falar em fusões, o principal temor de quem compra é o da excessiva concentração de mercado: de que, com menos concorrentes os preços acabem subindo.

No caso da fusão da Ricardo Eletro com a Insinuante, no entanto, a avaliação é de que possa ocorrer justamente o contrário: unidas, além de representarem concorrência mais forte no mercado, as marcas ganham mais poder de barganha, o que abre espaço para oferecer preços mais baixos, além mais opções de crédito mais farto. Desde que, claro, essa seja a estratégia adotada pelas companhias.

“Acredito que essa concentração não vai forçar esse preço para cima, pelo contrário, vai forçar para baixo (...) Para o consumidor, o principal é o preço e as condições de pagamento. E a empresa grande consegue negociar bem com fornecedores e com as instituições financeiras, para fornecimento do crédito”, diz Lucas Coppeli, sócio da Vallua Consultoria e Gestão.

“A concentração não é problema, o problema é o abuso da posição dominante. Isso é que tem que ser calibrado pelos órgãos de defesa da concorrência”, explica o ex-presidente do Cade e presidente da Latinlink Consultoria, Ruy Coutinho.

Para Coutinho, além de agregar concorrência ao setor, a união entre a mineira Ricardo Eletro e a baiana Insinuante é mais positiva porque ambas são empresas especializadas em regiões diferentes – que já competiam pouco entre si.

A coordenadora da Pro Teste, Maria Inês Dolci, considera que o benefício dependerá do planejamento das empresas.

"Para o consumidor é uma opção a menos, e o consumidor só sai beneficiado se eles mantiverem a quantidade de lojas, se oferecerem preços reduzidos. Aí sim é revertido em benefício. Caso contrário são fusões que beneficiam somente os empresários", afirma. 

À espera de aprovação

A lei brasileira de antitruste determina qualquer fusão entre empresas que juntas detenham mais de 20% do mercado - ou em que uma das partes fature mais de R$ 400 milhões, precisa do aval do Cade para se tornar realidade.

Ricardo Eletro e Insinuante têm 15 dias úteis para apresentar a operação ao órgão.

"Direito ao Alcance de Todos". Rio de Janeiro: OAB/RJ, 2006.

"Direito ao Alcance de Todos". Rio de Janeiro: OAB/RJ, 2006.
"Multas de Trânsito". Marcio Alexandre Dias da Silva (pág. 80)

Assessoria de Assuntos Comunitários - OAB Barra da Tijuca

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