Saída deveria ser um bom sistema de bueiros.
Chuva evidencia ainda o perigo da favelização das encostas.
Chuva evidencia ainda o perigo da favelização das encostas.
O Rio de Janeiro é uma cidade especialmente vulnerável às tempestades. O Brasil inteiro já testemunhou outras situações caóticas provocadas pela chuva na cidade. E a geografia ajuda a explicar por que.
A cidade já acostumada com chuvas e tempestades nesta terça-feira (6) tentava entender por que desta vez as consequências foram ainda piores.
A paralisia no trânsito foi provocada por um entupimento de artérias: dois deslizamentos fecharam estradas importantes e os alagamentos na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio, e na Praça da Bandeira, na Zona Norte, terminaram de fazer o estrago.
Pessoas e mercadorias não podiam mais passar pelos corredores em volta das montanhas da cidade.
O relevo carioca explica também as enchentes e a tragédia de tantas mortes em deslizamentos.
A paralisia no trânsito foi provocada por um entupimento de artérias: dois deslizamentos fecharam estradas importantes e os alagamentos na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio, e na Praça da Bandeira, na Zona Norte, terminaram de fazer o estrago.
Pessoas e mercadorias não podiam mais passar pelos corredores em volta das montanhas da cidade.
O relevo carioca explica também as enchentes e a tragédia de tantas mortes em deslizamentos.
Como a maioria dos morros da cidade é de formação rochosa, a pequena camada de terra onde cresce a vegetação não consegue absorver grandes volumes de água.
A chuva escorre pelas encostas e em grande velocidade avança sobre toda a cidade, que tem uma pequena faixa territorial espremida entre os morros e o mar.
E nas tempestades o mar também atrapalha. Maré alta e ventos funcionam como barreiras e represam a água nos rios e nas ruas.
A saída para tanta chuva deveria ser um bom sistema de ralos - de bueiros - que conseguisse levar a água para fora da cidade. Em uma rua, no entanto, o lixo parece ocupar o espaço que deveria ser da água.
“Os bueiros não são iguais, tem bueiros mais importantes, que devem ser tratados e limpos com periodicidade diferente dos demais. Enfim, a cidade precisa ser pensada sob o ponto de vista de drenagem para que haja um convívio pacífico entre população e as dificuldades naturais da cidade”, disse Paulo Canedo, professor de hidrografia da Coppe-UFRJ.
O problema se agrava por causa da falta de ordem na ocupação do solo. No ano 2000, mais de 12 mil famílias cariocas viviam em áreas de risco.
Os dados são do último levantamento disponível - mas a prefeitura admite que, dez anos depois, este número pode ser muito maior.
Com pouquíssimas ações de remoção de moradores de áreas risco por parte dos governos, chuvas como a que atingiu o Rio na segunda (5) e na terça-feira (6) evidenciam o perigo da favelização das encostas.
“O que precisa é conscientização. Eu já participei de tentativa de tirar gente de área de risco, não é fácil. Não é fácil porque às vezes as pessoas estão vendo que vai acontecer uma desgraça e ele não quer sair”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Tenho falado com o prefeito, solo urbano é da prefeitura. Tem que agir duro, por mais duro que seja”, disse o governador Sérgio Cabral.
“Nós tivemos uma chuva fora do normal , num período de ressaca, isso se soma a ineficiências e problemas estruturais da cidade. Não há galeria de área pluvial limpa que resista à essa quantidade de chuva. Mas nós estamos preocupados , nosso foco agora é amenizar os transtornos na cidade , que já são suficientemente grandes, para que nós estejamos completamente alertas, e principalmente evitar a perda de vidas humanas”, disse o prefeito Eduardo Paes.
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