Foto: Marcelo Piu - O Globo
RIO - Os congestionamentos que os motoristas enfrentam nos horários de rush na Avenida Ayrton Senna (que liga a Barra da Tijuca a Jacarepaguá e à Linha Amarela) estão com os dias contados: exatamente um ano. Pelo menos é o que garante o subprefeito da Barra, Tiago Mohamed. Esse é o prazo estipulado para a conclusão de três mergulhões e um retorno sob as pontes que passam por cima do Rio Camorim. As obras, que fazem parte do corredor de Bus Rapid Transit (BRT) Transcarioca, acabarão com dois grandes gargalos do trânsito da Ayrton Senna, na altura do Cebolão e do Shopping Via Parque. No entanto, até usufruir dos benefícios, os motoristas vão precisar de muita paciência para enfrentar os transtornos com a transformação progressiva da Barra num grande canteiro de obras.
Transcarioca muda o trânsito no Largo do Campinho
- Todas essas intervenções, mesmo antes da implantação do BRT, vão melhorar o trânsito da Ayrton Senna, da Avenida das Américas e também de Jacarepaguá - avaliou o subprefeito.
As obras do Transcarioca, ligando a Barra ao Aeroporto Tom Jobim, vão acabar com os cinco sinais da Ayrton Senna, dando maior fluidez ao trânsito. De acordo com o subprefeito, hoje um motorista leva de dez a 15 minutos para percorrer quatro quilômetros da Ayrton Senna. Após a conclusão da obra, o percurso poderá ser feito em seis minutos, a uma velocidade média de 60km/h.
Um canteiro está sendo construído no Cebolão, ao lado da cabine da Polícia Militar. Quem passa pelo local diariamente e usa o retorno para voltar para a Barra deve ficar atento. Nos próximos dias, o retorno será fechado e um outro, mais estreito, será feito antes da cabine da PM. Além disso, já foram iniciadas duas sondagens de terreno, uma próximo ao Hospital Barra D'Or e outra em frente à Vila do Pan, para a construção da ponte estaiada sobre a Lagoa de Jacarepaguá.
Segundo a subprefeitura, os motoristas não vão enfrentar grandes transtornos durante a obra. Posteriormente, ainda sem data definida, as pistas laterais da via precisão ser fechadas para as intervenções.
Com os mergulhões, os cinco sinais da Ayrton Senna serão retirados e passarelas para pedestres, construídas. O critério usado para a implantação das estruturas deverá ser a localização das estações do sistema BRT. O projeto prevê duas estações (Lourenço Jorge e Via Parque) na Ayrton Senna. Mohamed, no entanto, disse que será realizado um estudo para saber a quantidade necessária de passarelas. Além dos sinais, acabarão todos os retornos da Ayrton Senna.
Dos três mergulhões que serão construídos, dois serão no Cebolão. Atualmente, o motoristas que está na altura do BarraShopping e quer seguir em direção ao Recreio ou à praia precisa percorrer cerca de um quilômetro para pegar o retorno existente em frente ao Makro. De acordo com Mohamed, isso causa congestionamentos porque o tráfego joga para a Ayrton Senna quem não deveria estar. Com o mergulhão, o motorista pode seguir direto em direção ao Recreio. O outro mergulhão, será construído no sentido Linha Amarela, em frente à Cidade da Música.
O terceiro mergulhão será construído na altura do Via Parque, ponto em que os motoristas enfrentam longos congestionamentos diariamente. O único retorno previsto na obra é um em direção à Barra, que passará por baixo das pontes existentes sobre o Rio Camorim. Para a implantação do Transcarioca, o canteiro da pista central da Ayrton Senna será mantido, mas os da laterais serão retirados, permanecendo apenas os canais de drenagem.
O primeiro lote do Transcarioca, com 28 quilômetros, terá um mergulhão exclusivo para os ônibus articulados no encontro das ruas Cândido Benício e Domingos Lopes, em Campinho, na Zona Norte. Este primeiro lote, orçado em R$ 798,4 milhões, inclui a ampliação da via (que passará por Barra, Jacarepaguá, Curicica, Taquara, Tanque, Praça Seca, Campinho, Madureira, Vaz Lobo, Vicente de Carvalho, Vila da Penha e Penha). Nesta primeira etapa, serão construídas sete pontes (incluindo a estaiada), os três mergulhões na Barra e quatro viadutos.
O segundo lote, que ainda não foi licitado, será construído entre a Penha e o aeroporto. Este lote deve ter 11 quilômetros de extensão e custará R$ 548,3 milhões. Nessa etapa, serão feitas duas pontes (uma delas estaiada sobre a Baía de Guanabara, na ligação Fundão/Ilha) e seis viadutos, entre eles um em arco estaiado sobre a Avenida Brasil e um sobre a linha férrea em Olaria. O trajeto neste segundo lote começa no Largo da Penha.
Fonte: O Globo em 25/03/2011
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